Bom dia pessoal! Neste post o assunto
será pautado sobre os efeitos do álcool em relação ao fígado e seu pleno
funcionamento morfofisiológico. O melhor conceito de organismo saudável,
necessariamente, se aplica a busca da homeostase perfeita, na qual os sistemas
que compõem nosso corpo estão supridos das quantidades corretas de nutrientes e
combustíveis celulares.
Qualquer alteração, seja sob a forma de doenças ou
alimentação, pode levar ao desequilíbrio homeostático de vários órgãos, fato
esse que caracteriza a esteatose hepática, que pode ser dividida de acordo com
os motivos que levam a esse quadro de acúmulo de vesículas de gordura nos
hepatócitos, além de inchaço, inflamação e alteração do formato comum do
fígado, o principal órgão de metabolização de lipídeos. Por muito tempo se
pensou que a esteatose necessariamente estava relacionada com enfermidade e
ingestão de álcool, hoje se sabe que pessoas que não fazem uso de bebida alcoólica
também podem apresentar o quadro descrito. Pesquisas realizadas nos Estados
Unidos demonstraram que a epidemia de obesidade no país levaram também a um
aumento significativo dos casos de esteatose hepática e alguns motivos que
podem levar o fígado a desenvolvê-la são:
a) Jejuns Prolongados e Diabetes Mellitus:
A ingestão de triglicerídeos, também conhecidos por gorduras neutras, tem por
destino primeiramente o intestino delgado onde são envolvidos por partículas
lipoprotéicas conhecidas como quilomícrons responsáveis por levar os
triglicérides pela corrente sanguínea até o tecido adiposo, onde sofrerão a
ação da enzima lipase lipoproteica que são encontradas nos capilares sanguíneos.
Essa enzima proporcionará a quebra dos triglicérides em ácidos graxos livres e
glicerol. Os ácidos graxos são captados pelos adipócitos onde sofrerão
esterificação com glicerol formando agora triglicerídeos armazenados em tecido
adiposo. Agora, a mobilização desses lipídeos no tecido adiposo se dá pela ação
da enzima lipase hormônio sensível, que tem sua ação ativada pela adrenalina e
inibida pela insulina, ou seja, no estado de jejum a lipase hormônio sensível
fica muito mais ativa pela falta de insulina, removendo grande quantidade de
triglicérides dos adipócitos. Estes triglicerídeos vindos da ação da lipase
hormônio sensível são lançados agora no plasma sanguíneo sob a forma de ácidos
graxos livres que serão captados finalmente pelos hepatócitos, onde sofrerão reações
de esterificação com o glicerol, armazenando gordura no fígado. O grande
problema é que em estados de desnutrição crônica e diabetes, a insulina muito
inibida favorece a ação da lipase hormônio sensível liberando uma quantidade de
ácidos graxos para os hepatócitos, esses ácidos graxos não conseguem ser metabolizados
devido ao seu excesso, evidenciando o quadro de esteatose.
b) Alcoolismo: A desnutrição,
característica comum em indivíduos que sofrem de alcoolismo como citada no item
anterior também induz ao quadro de esteatose. O etanol devido também ao seu
grau de toxicidade age como potencial lesionador das células hepáticas e além
disso, a metabolização excessiva de quem ingere muita bebida alcoólica exige
muito uso de NAD+ para aceptar os íons H+ liberados na reação de transformação
do álcool em acetaldeído pela enzima álcool desidrogenase. O acetaldeído agora
sofrerá a ação da enzima aldeído desidrogenase formando acetato, e este sofrerá
a ação da enzima acetil CoA sintase, para então formar finalmente, o acetitl
CoA. Ou seja, há muita formação de NADH com uso de NAD+, para metabolizar o
excesso de álcool ingerido (como mostrado no esquema abaixo) e por conta disso o Ciclo de Krebs acaba
tendo seu funcionamento inibido pela pouca oferta de NAD+(que foi largamente
utilizado no metabolismo excessivo do álcool). Então o acetil CoA que seria
utilizado no Ciclo de Krebs será usado agora na síntese de ácidos graxos nos
hepatócitos, levando ao quadro de esteatose hepática!
Bibliografia: http://anatpat.unicamp.br/taesteatose.html
Postado por: Débora Vaz.
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