sábado, 16 de junho de 2012

Alterações Hepáticas Causadas Pelo Consumo de Álcool, Jejuns e Diabetes.

      
      Bom dia pessoal! Neste post o assunto será pautado sobre os efeitos do álcool em relação ao fígado e seu pleno funcionamento morfofisiológico. O melhor conceito de organismo saudável, necessariamente, se aplica a busca da homeostase perfeita, na qual os sistemas que compõem nosso corpo estão supridos das quantidades corretas de nutrientes e combustíveis celulares.




      Qualquer alteração, seja sob a forma de doenças ou alimentação, pode levar ao desequilíbrio homeostático de vários órgãos, fato esse que caracteriza a esteatose hepática, que pode ser dividida de acordo com os motivos que levam a esse quadro de acúmulo de vesículas de gordura nos hepatócitos, além de inchaço, inflamação e alteração do formato comum do fígado, o principal órgão de metabolização de lipídeos. Por muito tempo se pensou que a esteatose necessariamente estava relacionada com enfermidade e ingestão de álcool, hoje se sabe que pessoas que não fazem uso de bebida alcoólica também podem apresentar o quadro descrito. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos demonstraram que a epidemia de obesidade no país levaram também a um aumento significativo dos casos de esteatose hepática e alguns motivos que podem levar o fígado a desenvolvê-la são:
      a) Jejuns Prolongados e Diabetes Mellitus: A ingestão de triglicerídeos, também conhecidos por gorduras neutras, tem por destino primeiramente o intestino delgado onde são envolvidos por partículas lipoprotéicas conhecidas como quilomícrons responsáveis por levar os triglicérides pela corrente sanguínea até o tecido adiposo, onde sofrerão a ação da enzima lipase lipoproteica que são encontradas nos capilares sanguíneos. Essa enzima proporcionará a quebra dos triglicérides em ácidos graxos livres e glicerol. Os ácidos graxos são captados pelos adipócitos onde sofrerão esterificação com glicerol formando agora triglicerídeos armazenados em tecido adiposo. Agora, a mobilização desses lipídeos no tecido adiposo se dá pela ação da enzima lipase hormônio sensível, que tem sua ação ativada pela adrenalina e inibida pela insulina, ou seja, no estado de jejum a lipase hormônio sensível fica muito mais ativa pela falta de insulina, removendo grande quantidade de triglicérides dos adipócitos. Estes triglicerídeos vindos da ação da lipase hormônio sensível são lançados agora no plasma sanguíneo sob a forma de ácidos graxos livres que serão captados finalmente pelos hepatócitos, onde sofrerão reações de esterificação com o glicerol, armazenando gordura no fígado. O grande problema é que em estados de desnutrição crônica e diabetes, a insulina muito inibida favorece a ação da lipase hormônio sensível liberando uma quantidade de ácidos graxos para os hepatócitos, esses ácidos graxos não conseguem ser metabolizados devido ao seu excesso, evidenciando o quadro de esteatose.



     b) Alcoolismo: A desnutrição, característica comum em indivíduos que sofrem de alcoolismo como citada no item anterior também induz ao quadro de esteatose. O etanol devido também ao seu grau de toxicidade age como potencial lesionador das células hepáticas e além disso, a metabolização excessiva de quem ingere muita bebida alcoólica exige muito uso de NAD+ para aceptar os íons H+ liberados na reação de transformação do álcool em acetaldeído pela enzima álcool desidrogenase. O acetaldeído agora sofrerá a ação da enzima aldeído desidrogenase formando acetato, e este sofrerá a ação da enzima acetil CoA sintase, para então formar finalmente, o acetitl CoA. Ou seja, há muita formação de NADH com uso de NAD+, para metabolizar o excesso de álcool ingerido (como mostrado no esquema abaixo)  e por conta disso o Ciclo de Krebs acaba tendo seu funcionamento inibido pela pouca oferta de NAD+(que foi largamente utilizado no metabolismo excessivo do álcool). Então o acetil CoA que seria utilizado no Ciclo de Krebs será usado agora na síntese de ácidos graxos nos hepatócitos, levando ao quadro de esteatose hepática!


    
                            Bibliografia: http://anatpat.unicamp.br/taesteatose.html
                                                  http://www.hepcentro.com.br/esteatose.htm
                                                  http://caalunicamp.com.br/site/wp-content/uploads/2011/03/DEGENERA%C3%87%C3%95ES-Altera%C3%A7%C3%B5es-de-lip%C3%ADdeos-Zago.pdf
                                                                            Postado por: Débora Vaz.



   

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